sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Poema Natal 2011





Meu Poema Natural

Clóvis Cavalcanti

Andorinhas, abelhas, micos-leões dourados,

gatos-do-mato, tartaruguinhas, tejus,

tamanduás, escaravelhos (rola-bostas),

sanhaçus, doninhas (lady bugs: belo nome),

pintassilgos, onças pintadas, tatus,

lagartixas, cachorros, javalis, jararacas,

aranhas caranguejeiras (tão nobres), sagüis,

araras azuis de Lear, coatis, antas, vespas,

cascavéis, lobos-guarás, capivaras,

tiês-sangue (meu neto Tiê, e os outros sete netos),

tigres de Bengala, alces, jacarés, centopéias,

rinocerontes, beija-flores, borboletas monarca,

galinhas d’Angola, pererecas, sapos azuis,

orangotangos, mariposas, veados campeiros,

ursos verdes (como na crônica de Mauro Mota),

rouxinóis, cavalos pantaneiros (cavalguei-os),

assuns pretos, sucuris, vaga-lumes, botos rosa,

golfinhos de Pipa, medusas, caracóis,

zebras, porcos-da-Índia, dragões da Indonésia,

gafanhotos, coalas, cracatoas, ornitorrincos,

papagaios vermelhos da Austrália,

faisões, antas, hamsters, chimpanzés,

papagaios cinzas da África, preás, jibóias,

pôneis, cutias, crianças, mulheres, homens.

E lírios do campo, oitis-corós (que Zé Cláudio adora),

aroeiras, castanheiras do Pará, tamareiras,

cajueiros, cajueiros, cajueiros (minha fruta preferida),

buritis, andirobas, copaíbas, carnaubeiras, íris,

cogumelos, musgos, flamboyants, capins dourados,

acácias amarelas do Natal, mangas espadas,

jaboticabeiras, pitombeiras, açaizeiros (tão esguios),

olmos, carvalhos, ipês roxos, paus d’arco, sucupiras,

laranjeiras em flor, jasmineiros, orquídeas,

violetas, amores-perfeitos (como o nosso: o amor-perfeito existe),

sorrisos, doçura, carinho, olhares ternos,

gostar, amar, viver, sentir, amar, amar, amar

– com tudo o que a Natureza de graça oferece.

Fazenda do Tao, 26.11.2011.

13h30





Nenhum comentário: