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Foto em Thimphu (Butão) com o Rei, a Rainha e o Primeiro-Ministro do país. No grupo, de experts convocados para tentar propagar o paradigma butanês de desenvolvimento, baseado na felicidade, na simplicidade e no equilíbrio de todos os seres, há pessoas de 16 países. Suas Majestades estão na fileira de cima. Dia 1º.2.13. |
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Reunião do grupo de peritos em que me puseram para discutir como espalhar em termos globais a proposta butanesa de substituir o PIB (produto interno bruto) pela noção de felicidade interna bruta (FIB) como objetivo do desenvolvimento. |
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Lanche |
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Vera e Clovis na entrada do encontro |
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Clóvis Cavalcanti com o primeiro Ministro do Butao Jigmi Thinley, Paul Singer e Manfred Max Neef |
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Pausa para lanche com o russo Evgeny Osin |
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Portal do Centro de Convenções |
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Reunião |
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Chegada do Primeiro Ministro do Butão |
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Clóvis ao lado de Junko Edahiro (japonesa) e Peter Timmerman (canadense) |
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Discussões de grupo de trabalho |
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Dasho Karma Ura, diretor do Centro de Estudo Butaneses |
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Com o casal Mohan Munasinghe, Sri Lanca, no jantar oferecido pelo primeiro ministro do Butão |
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Na frente do Centro de Convenções |
De Thimphu, com admiração
Clóvis Cavalcanti - artigo publicado no Diario de Pernambuco, sex 1.2.2013
Desde o sábado, 26 de janeiro, estou em Thimphu, capital do Reino do Butão, país do Himalaia espremido entre a China e a Índia. Vim (com Vera) para participar de reunião do grupo de peritos em que me puseram para discutir como espalhar em termos globais a proposta butanesa de substituir o PIB (produto interno bruto) pela noção de felicidade interna bruta (FIB) como objetivo do desenvolvimento. A FIB faz parte do paradigma da economia butanesa há quase 40 anos. Não é novidade, portanto. Ganhou força quando perguntaram cavilosamente, em 1982, no exterior, ao quarto rei do país acerca da força da economia butanesa e seu PIB. O rei, de sopetão, respondeu: “A felicidade (FIB) é mais importante do que o PIB”. Foi uma coisa intuitiva, no meu entender. Não o resultado de raciocínio lógico, linear.
O Butão é um país budista. A população crê que seu quarto rei (que está vivo, tem 58 anos, mas passou o trono ao filho, de 32 hoje) é uma reencarnação do Senhor da Compaixão. Ele vive modestamente, para um ex-rei, anda incógnito de bicicleta, cultiva a terra. Além disso, conseguiu convencer seus súditos de que a democracia, com um primeiro ministro eleito, é melhor do que uma monarquia absoluta tal como antes. A população o queria rei com todos os poderes. Não foi fácil mudar a opinião do povo. Uma constituição foi aprovada em 2006, o rei abdicou, houve eleições. Agora tem-se parlamento, primeiro ministro, oposição. A sociedade é aberta. Admira mesmo ver que um país onde se valoriza tanto a tradição (os homens, por exemplo, usam uma espécie de quimono que vai até os joelhos, meiões e sapatos; as mulheres vestem saias longas, com blusas e mantos, todos de cores belíssimas) não demonstra conservadorismo. Pelo contrário, há igualdade de direitos entre homens e mulheres, liberdades políticas amplas, respeito às minorias.
Andando pelo país para conhecê-lo como parte do trabalho do meu grupo, impressiona ver como não há miséria nele. E nem gente sequer gordinha. Não se percebem desníveis sociais grandes, muito menos os indecentes. Não vi ainda ninguém pedindo esmola. Os campos são bem cultivados. Violência baixíssima. Saúde e educação gratuitas para todos. Em qualquer lugar fala-se inglês bom. Na segunda-feira, fomos a uma reserva biológica a 6 horas de carro de Thimphu, onde se protege a ameaçada espécie da cegonha do colo negro (no caminho, passamos por um ponto, de 3.200 m de altitude, de onde se avista em todo esplendor, no horizonte, a cordilheira fantástica do Himalaia, inclusive o ponto culminante do país, de 7.550 m de altitude). Na reserva, muito bem cuidada, Vera e eu, mais um casal americano, a guia e o motorista do carro, nos hospedamos e dormimos numa casa de pequeno proprietário rural (foi um recebimento com demonstração de extraordinária gentileza). A casa era ampla, bem decorada com motivos butaneses budistas. Nela, mora uma família de pai, mãe, um filho de 20 anos, outro de 8, e filha de 18. Pois bem, ali no mato, longe de qualquer lugar mais habitado, o rapaz e o menino, de enorme simpatia, falavam ótimo inglês (brinquei com o americano: “É melhor que o meu!”). A mãe entendia um pouco. A filha que não estava, fala. O pai, não. Aqui, na verdade, se tem uma língua nacional e 19 dialetos. Nossa guia e o motorista, entre si, conversavam no de Thimphu. Isso tudo me causa enorme admiração. Como um país economicamente pobre, guiado pela busca da felicidade, educa bem, dá saúde a todos, é organizado, seguro, belo! E limpo, sem poluição sonora, sem outdoors, sem apelos consumistas. Demonstra que seu caminho da felicidade não é utópico. Existe como fato. Vê-se. E faz a nós muito bem.
Um comentário:
Acho extraordinário seu trabalho e tenho muito orgulho de conhecer o casal e a família e de ter passado a melhor fase da minha vida, a infância com vocês, pessoas de verdade que aprendi a amar, respeitar e tê-los como referência absoluta.
um abraço
Márcia
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